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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:
O DIREITO À LITERATURA
1Chamarei de literatura,
da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional
ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura,
desde o que chamamos folclore, lenda, até as formas mais complexas e difíceis
da produção escrita das grandes civilizações.
Vista deste modo a literatura
aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os
tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade
de entrar em contato com alguma espécie de fabulação*. Assim como todos sonham todas
as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns
momentos de entrega ao universo fabulado. 2O sonho assegura durante
o sono a presença indispensável deste universo, independentemente da nossa
vontade. E durante a vigília a criação ficcional está presente em cada um de
nós, como anedota, história em quadrinhos, noticiário policial, canção popular.
Ela se manifesta desde o devaneio no ônibus até a atenção fixada na novela de
televisão ou na leitura seguida de um romance.
Ora, se ninguém pode passar vinte e
quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura
concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma
necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui
um direito.
Podemos dizer que 3a
literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível
haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja
equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é 4fator
indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua
humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no
inconsciente.
Cada sociedade cria as suas
manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de acordo com os seus impulsos,
as suas crenças, os seus sentimentos, as suas normas, a fim de fortalecer em
cada um a presença e atuação deles. Por isso é que nas nossas sociedades a
literatura tem sido um instrumento poderoso de instrução e educação, entrando
nos currículos, sendo proposta a cada um como equipamento intelectual e
afetivo.
Antonio Candido
Adaptado de Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
*
fabulação − ficção
1. O sonho assegura durante o
sono a presença indispensável deste universo, independentemente da nossa
vontade. (ref.
2)
a literatura é o sonho
acordado das civilizações. (ref. 3)
O autor emprega a palavra sonho
com sentidos distintos.
Indique os dois sentidos
usados para a palavra sonho.
Em
seguida, explique a associação feita no segundo trecho entre sonho e civilizações.
Resposta:
No primeiro trecho, “sonho”
é entendido como fenômeno involuntário da mente; no segundo trecho, como
criação consciente.
Na associação feita, não se
trata mais de “sonho” como fenômeno restrito ao indivíduo, mas algo ligado à
expressão de sentimentos, crenças, normas e laços de pertencimento coletivos,
sociais.
2. Chamarei de literatura, da
maneira mais ampla possível, (ref. 1)
O trecho acima parte de uma
pressuposição que o próprio autor contesta: a de que existiria uma maneira
restrita de definir a literatura.
Identifique outro exemplo
do primeiro parágrafo que contenha uma pressuposição e explique em que ela
consiste.
Resposta:
O trecho em que o autor
menciona e se refere a uma definição
estrita de literatura é: desde o que
chamamos de folclore, lenda, até as formas mais complexas e difíceis da
produção escrita das grandes civilizações. A menção a formas mais complexas
e difíceis da produção escrita pressupõe que as que foram mencionadas
anteriormente, como o folclore e a lenda, são formas simples ou menos
complexas.
3. O autor afirma que a
literatura é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o
homem na sua humanidade, (ref. 4).
Cite
dois argumentos que ele apresenta no texto para chegar a essa conclusão.
Resposta:
Dois dos argumentos:
- literatura aparece
claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos.
- Não há povo e não há
homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato
com alguma espécie de fabulação.
- assim como não é possível
haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja
equilíbrio social sem a literatura.
- Cada sociedade cria as
suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de acordo com os seus
impulsos, as suas crenças, os seus sentimentos, as suas normas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O PRIMO BASÍLIO
Ia encontrar Basílio no Paraíso pela
primeira vez. 8E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde
pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater
o coração ao encontrar Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa,
múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. − Ia, enfim, ter ela
própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma
forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo − a
casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque
9o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em
si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? (...) Desejaria antes
que fosse no campo, numa 1quinta, com arvoredos murmurosos e relvas
fofas; passeariam então, com as mãos enlaçadas, num silêncio poético; e depois
o som da água que cai nas bacias de pedra daria um ritmo 2lânguido aos
sonhos amorosos... Mas era num terceiro andar − quem sabe como seria dentro?
(...)
E ao descer o 3Chiado,
sentia uma sensação deliciosa em ser assim levada rapidamente para o seu
amante, e mesmo olhava com certo desdém os que passavam, no movimento da vida trivial
− enquanto ela ia para uma hora tão romanesca da vida amorosa! (...) Imaginava
Basílio esperando-a estendido num divã de seda; e quase receava que a sua
simplicidade burguesa, pouco experiente, não achasse palavras bastante finas ou
carícias bastante exaltadas. Ele devia ter conhecido mulheres tão belas, tão
ricas, tão educadas no amor! Desejava chegar num 4cupê seu, com
rendas de centos de mil-réis, e ditos tão espirituosos como um livro...
A carruagem parou ao pé duma casa
amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e 5salobre
enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre
paredes onde a cal caía, e a umidade fizera 6nódoas. No patamar da
sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado,
coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás duma
portinha, ao lado, sentia-se o ranger dum berço, o chorar doloroso duma
criança.
(...)
Luísa viu logo, ao fundo, uma cama
de ferro com uma colcha amarelada, feita de remendos juntos de chitas
diferentes; e os lençóis grossos, dum branco encardido e mal lavado, estavam 7impudicamente
entreabertos...
Eça de Queirós
Obras de Eça de Queiroz. Porto: Lello & Irmão, s/d.
1quinta − pequena
propriedade campestre
2lânguido − sensual
3Chiado − bairro de Lisboa
4cupê − antiga carruagem
fechada
5salobre − salgado
6nódoas − manchas
7impudicamente − sem pudor
4. E estava muito nervosa: não
pudera dominar, desde pela manhã, um medo indefinido (ref. 8)
No trecho acima, o sinal de
dois-pontos estabelece uma relação de sentido.
Identifique essa relação.
Depois, reescreva o trecho, substituindo o sinal de dois-pontos por um
conectivo
que mantenha a mesma relação de sentido. Faça adaptações, se for necessário.
Resposta:
A relação de sentido
estabelecida é a relação de causa
E estava muito nervosa, porque
não dominara ou uma vez que não
dominava ou já que não conseguia dominar,
desde pela manhã, um medo indefinido.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Língua
Esta língua é como um
elástico
que espicharam pelo mundo.
No início era tensa,
de tão clássica.
Com o tempo, se foi
amaciando,
foi-se tornando romântica,
incorporando os termos
nativos
e amolecendo nas folhas de
bananeira
as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se
pode
mais trocar, de tão usado;
nem se arrebenta mais, de
tão forte.
Um elástico assim como é a
vida
que nunca volta ao ponto de
partida.
GILBERTO MENDONÇA TELES
Hora aberta: poemas reunidos. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL, 1986.
5. A terceira estrofe do poema
Língua faz referência a uma
importante transformação na expressão literária da língua portuguesa no Brasil.
Identifique o movimento
artístico que se relaciona diretamente com essa transformação, situando-o
cronologicamente. Em seguida, transcreva um trecho que comprove essa
transformação e explique-o.
Resposta:
Trata-se do Romantismo brasileiro de cunho nativista, movimento
artístico vinculado à segunda metade do século XIX, em que os escritores
incorporavam palavras regionais e indígenas à língua portuguesa (“incorporando
os termos nativos”), adequando-a à
realidade e à natureza brasileiras (“amolecendo nas folhas de bananeira / as
expressões mais sisudas”).
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
As descontroladas
As primeiras
mulheres que passaram na calçada da Rio Branco chamavam-se melindrosas. Eram um
tanto afetadas, com seu vestido de cintura baixa e longas franjas, mas a julgar
por uma caricatura célebre de J. Carlos tinham sempre uma multidão de
almofadinhas correndo atrás. O mundo, cem anos depois, mudou pouco no
essencial. Diz-se agora que o homem “corre atrás do prejuízo”. De resto, porém,
a versão nacional do assim caminha a humanidade segue o mesmo cortejo de sempre
pela Rio Branco — com o detalhe que as mulheres trocaram as franjas pelo cós
baixo da calça da Gang. E, evidentemente, não são mais chamadas de melindrosas.
Elas já
atenderam por vários nomes. Uma “uva” era aquela que, de tão suculenta e
bem-feita de curvas, devia abrir as folhas de sua parreira e deliciar os machos
com a eternidade de sua sombra. 1Há cem anos as mulheres que circulam
pela Rio Branco já foram chamadas de tudo e, diga-se a bem da verdade, algumas
atenderam. Por aqui 3passou o “broto”, o “avião”, o “violão”, a
“certinha”, o “pedaço”, a “deusa”, a “boazuda”, o “pitéu”, a “gata” e tantas
outras que podem não estar mais no mapa, como as mulatas do Sargentelli, mas já
estão no Houaiss eletrônico. Houve um momento que, de tão belas, chegaram a
ficar perigosas. Chamavam-nas “pedaço de mau caminho” ou “chave de cadeia”.
Algumas, de carne tão tenra, eram “frangas”.
Havia, de um
modo geral, um louvor respeitoso na identificação de cada um desses tipos que
sucederam as melindrosas. Gosto de lembrar daquela, ali pelo início dos 60, que
era um “suco”. Talvez porque sucedesse o tipo de “uva” e fosse tão aperfeiçoada
no inevitável processo de evolução da espécie que já viesse sem casca e,
principalmente, sem os caroços. Sempre prontinhas para beber. De uns tempos
para cá, quando se pensava que na esquina surgiria um vinho de safra especial,
a coisa avinagrou. As mulheres ficam cada vez mais lindas mas os homens, na
hora de homenageá-las, inventam rótulos de carinho duvidoso. O “broto”, o
“violão” e o “pitéu” na versão arroba ponto com 2000 era a “popozuda”. Depois,
software 2001, veio a “cachorra”, a “sarada”. Pasmem: era elogio. Algumas
continuavam atendendo.
Agora está
entrando em cena, perfilada num funk do grupo As Panteras — um rótulo que, a
propósito, notou a evolução das “gatas” —, a mulher do tipo “descontrolada”.
(...). Não é exatamente o que o almofadinha lá do início diria no
encaminhamento do eterno processo sedutivo, mas, afinal, homem nenhum também
carrega mais almofadas para se sentar no bonde. Sequer bondes 2há.
Já fomos “pães”. Muito doce, não pegou. Somos todos lamentáveis “tigrões” em
nossa triste sina de matar um leão por dia.
Elas mereciam
verbetes melhores, que se lhes ajustassem perfeitos, redondos, como a tal calça
da Gang. A língua das ruas anda avacalhando com as nossas “minas”, para usar a
última expressão em que as mulheres foram saudadas com delicadeza e exatidão —
dentro da mina, afinal, 4cabe tanto a pepita de ouro como a cavidade
que se enche de pólvora para explodir e destruir tudo o que estiver em cima.
A deusa da
nossa rua, que sempre pisou os astros distraída, não passa hoje de “tchutchuca
marombada” ou “popozuda descontrolada”. É pouco para quem caminha nas pedrinhas
portuguesas como se São Pedro fosse sobre as águas bíblicas. Algumas delas,
uvas do vinho sagrado, santas apenas no aguardo da beatificação vaticana,
provocando ainda maior alvoroço, alumbramento e estupefação dos sentidos.
JOAQUIM
FERREIRA DOS SANTOS
O que as mulheres procuram na bolsa: crônicas. Rio de
Janeiro: Record, 2004.
6. Observe os verbos
sublinhados nas passagens abaixo, todos no singular:
Há cem anos
as mulheres que circulam pela Rio Branco já foram chamadas de tudo (ref. 1)
Sequer bondes há. (ref. 2)
Por aqui passou o “broto”, o “avião”, (...) e tantas
outras que podem não estar mais no mapa, (ref. 3)
dentro da mina, afinal, cabe tanto a pepita
de ouro como a cavidade que se enche de pólvora (ref. 4)
Explique, com base nas
regras de concordância da norma padrão, por que, nesses exemplos, o verbo haver fica sempre no singular, e por
que passar e caber poderiam estar no plural: passaram e cabem.
Resposta:
O
verbo “haver” fica no singular por ser impessoal nos dois exemplos. Já “Passar”
e “caber” possuem sujeito composto, mas como este está posposto, o verbo pode
concordar com o núcleo mais próximo, como ocorre nos exemplos, ou com a
totalidade, indo para o plural.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Inocência
Depois das
explicações dadas ao seu hóspede, sentiu-se o mineiro mais despreocupado.
— Então, disse
ele, se quiser, vamos já ver a nossa doentinha.
— Com muito
gosto, concordou Cirino.
E, saindo da
sala, acompanhou Pereira, que o fez passar por duas cercas e rodear a casa
toda, antes de tomar a porta do fundo, fronteira a magnífico laranjal, naquela
ocasião todo pontuado das brancas e olorosas flores.
1— Neste lugar,
disse o mineiro apontando para o pomar, todos os dias se juntam tamanhos bandos
de graúnas, que é um barulho dos meus
pecados. Nocência gosta muito disso e vem sempre coser debaixo do arvoredo. É
uma menina esquisita...
Parando no
limiar da porta, continuou com expansão:
2— Nem o Sr.
imagina... Às vezes, aquela criança tem lembranças e perguntas que me fazem embatucar...
Aqui, havia um livro de horas da
minha defunta avó... Pois não é que 3um belo dia ela me pediu que
lhe ensinasse a ler? ... Que ideia! Ainda há pouco tempo me disse que quisera
ter nascido princesa... Eu lhe retruquei: E sabe você o que é ser princesa?
Sei, me secundou ela com toda a
clareza, é uma moça muito boa, muito bonita, que tem uma coroa de diamantes na
cabeça, muitos lavrados no pescoço e
que manda nos homens... Fiquei meio tonto. 4E se o Sr. visse os modos
que tem com os bichinhos?! ... Parece que está falando com eles e que os
entende... (...) Quando Cirino penetrou no quarto da filha do mineiro, era
quase noite, de maneira que, no primeiro olhar que atirou ao redor de si, só
pôde lobrigar, além de diversos
trastes de formas antiquadas, uma dessas camas, muito em uso no interior; altas
e largas, feitas de tiras de couro engradadas. (...)
Mandara Pereira
acender uma vela de sebo. Vinda a luz, aproximaram-se ambos do leito da enferma
que, achegando ao corpo e puxando para debaixo do queixo uma coberta de algodão
de Minas, se encolheu toda, e voltou-se para os que entravam.
— Está aqui o
doutor, disse-lhe Pereira, que vem curar-te de vez.
— Boas noites,
dona, saudou Cirino.
Tímida voz
murmurou uma resposta, ao passo que o jovem, no seu papel de médico, se sentava
num escabelo junto à cama e tomava o
pulso à doente.
Caía então luz
de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta
por um lenço vermelho atado por trás da nuca.
Apesar de
bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante.
Do seu rosto,
irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice
do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a
franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas
faces.
Era o nariz fino, um
bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.
Ao erguer a cabeça para
tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia,
deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal
de nascença.
Razões de sobra tinha,
pois, o pretenso facultativo para
sentir a mão fria e um tanto incerta, e não poder atinar com o pulso de tão
gentil cliente.
VISCONDE DE TAUNAY
Inocência. São Paulo: Ática, 2011.
graúna – pássaro de plumagem negra, canto melodioso e hábitos eminentemente
sociais
livro de horas – livro de preces
secundou – respondeu
lavrados – na província de Mato Grosso, colares de contas de ouro e adornos de
ouro e prata
lobrigar – enxergar
escabelo – assento
facultativo – médico
7. — Neste lugar, disse o mineiro apontando para o pomar, todos os dias
se juntam tamanhos bandos de graúnas, que é um barulho dos meus pecados.
Nocência gosta muito disso e vem sempre coser debaixo do arvoredo. (ref. 1)
Nesta passagem, há duas palavras,
de mesma classificação gramatical, empregadas pelo locutor para indicar a
proximidade ou distância do elemento a que se referem.
Cite essas palavras e
identifique sua classificação gramatical.
Transcreva
o trecho em que uma dessas palavras se refere a uma informação presente no
próprio texto.
Resposta:
Os
pronomes (n)este e (d)isso são usados pelo locutor para indicar a proximidade
ou distância do elemento a que se referem, como em “Neste lugar” e “Nocência
gosta muito disso”.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Natal
Jesus nasceu! Na abóbada
infinita
Soam cânticos vivos de
alegria;
E toda a vida universal
palpita
Dentro daquela pobre
estrebaria...
Não houve sedas, nem
cetins, nem rendas
No berço humilde em que
nasceu Jesus...
Mas os pobres trouxeram
oferendas
Para quem tinha de morrer
na Cruz.
Sobre a palha, risonho, e
iluminado
Pelo luar dos olhos de
Maria,
Vede o Menino-Deus, que
está cercado
Dos animais da pobre
estrebaria.
Não nasceu entre pompas
reluzentes;
Na humildade e na paz deste
lugar,
Assim que abriu os olhos
inocentes,
Foi para os pobres seu
primeiro olhar.
No entanto, os reis da
terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao
presepe os guia,
Vêm cobrir de perfumes e de
flores
O chão daquela pobre
estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu
profundo;
Homens, Jesus nasceu!
Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem
salva o mundo,
Quem ama os fracos, quem
perdoa o Mal!
Natal! Natal! Em toda
Natureza
Há sorrisos e cantos, neste
dia...
Salve, Deus da Humildade e
da Pobreza,
Nascido numa pobre
estrebaria!
OLAVO BILAC
In: BUENO, Alexei (org.). Olavo
Bilac: obra reunida.
Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.
8. Vede o Menino-Deus, que
está cercado (v. 11)
As formas verbais deste
verso modificam a representação do fato relatado, já que nas duas primeiras
estrofes predomina o tempo passado dos verbos.
Explicite o efeito
estilístico causado pelo emprego de cada uma dessas formas verbais: uma no modo
imperativo e outra no presente do indicativo.
Resposta:
Os termos verbais “vede” e
“está” interrompem o fato relatado anteriormente nas duas primeiras estrofes do
poema. Assim, com o modo imperativo, o enunciador dirige-se aos homens,
convocando-os a olhar o Menino-Deus. Com o presente do indicativo, o enunciador
torna a cena atual e viva, como se ela se desenrolasse diante das pessoas que
ali estão presentes.
Construindo respostas na Prova da Uerj - Professor Arão Alves - História do Brasil
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